Muito se fala de Design Sprint, Design Thinking, Lean UX….mas você sabe exatamente a relação entre todos eles?
Vamos começar por Desing Thinking. Muitos confundem ele com um médoto, mas na verdade é uma abordagem que usa as premissas de Descobrir, Definir, Elaborar (desenvolver) e Entregar, Divergindo e Convergindo, tendo como ponto de saída um problema e resultando na solução sempre focado nas pessoas(nosso famoso duplo diamante).
O design thinking é uma abordagem inovadora que se baseia em processos de design para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos para o sucesso empresarial. — Tim Brown, IDEO
Todos os processos de Agile UX, Lean UX e Design Sprint foram todos criados usando a abordagem de Design Thinking. O que difere cada um deles? Os momentos que eles são usados (Figura abaixo).
Hoje vamos falar sobre o Desgin Sprint (ou DS para os ínimos rs). Que é uma técnica criada pela Google para sair da Ideia e já ir para o os testes em apenas 5 dias.
Para que serve Design Sprint ↩
O Design Sprint ajuda a definir a proposta de valor e cria uma visão compartilhada, alinhando e tornando todos, donos do projeto.
Este processo também é muito utilizado para detravar caminhos quando se existe muita dúvida por onde seguir, por exemplo, temos 2 soluções para o novo carrinho de compra do site. Parte do time acredita que a solução 1 é mais eficiente, parte do time prefere a solução 2. A área de negócio não gostou de nenhuma das soluções propostas.
Este é um ótimo caso para resolver com Design Sprint.
Vamos colocar todos em uma sala, apresentar as ideias, discutir o real problemas e sair com um protótipo criado de forma colaborativa, entre todas as áreas, e testar com usuários reais, tudo em 1 semana.
Em que momento do projeto devo adotar o DS? ↩
Podemos adotar o DS desde o início do projeto, para validar uma ideia de negócio, para validar definições estratégicas de marketing e criar um novo produto.
Em produtos em andamento, o DS pode ser utilizado antes de um time Ágil iniciar o trabalho de desenvolvimento e antes de desenhar uma funcionalidade completa.
Evite usar o DS quando o escopo for muito fechado (adicionar um campo a mais em uma tela por exemplo) ou muito amplo (criar um site e um app — foque em um dos dois se tiver que adotar o DS).
Também evite usar se os participantes não domirem o assunto e for necessário uma pesquisa aprofundada. O tempo é limitado e não ter domínio sobre o problema a ser resolvido podemos criar uma solução que não consiga resolver o problema principal do seu usuário.
Vantagens de usar o Design Sprint ↩
A maior vantagem do DS é não precisarmos desenvolver para aprender com o usuário, acarretando menor custo e tempo de desenvolvimento, tudo relizado de uma forma colaborativa e com responsabilidades compartilhadas, sempre focado no usuário.
Mas o que quer dizer tudo isso?
Que a empresa vai gastar menos, vai ser mais acertiva e todos os envolvidos vão ajudar a defender a idéia, que ja sai com os riscos minizados por ja sair testada por usuários reais.
Design Sprint ajuda a alcançar resultados e aprendizados em um curtíssimo período de tempo, reunindo e alinhando os membros da equipe, dando voz e voto para todos.
Quem devemos chamar para participar? ↩
Quem deve participar do Design Sprint? TODO MUNDO! Desde os desenvolvedores, pessoa de QA, designers, PO, gerente de projeto, CEO, CTO, líderes, clientes… Quanto mais diversificado o grupo, mais ideias e background diferentes para trazer perpectivas diferentes.
Lembre-se:
Não é só para designers!
A diversidade da equipe que participa da Sprint é o um fator importante para se conseguir uma visão 360º da organização, unindo aspectos do negócio (viabilidade), engenharia (facilidade) e design (desejabilidade).
O que devemos preparar pra o Design Sprint? ↩
A primeira coisa e reservar 5 dias completos da sua equipe, todos precisam estar presentes durante o processo. Restrinja a utilização de celular, afinal todos precisam estar focados (pause a DS a cada 30, 40 minutos para os participantes darem aquela olhada no celular, verificar um e-mail, afinal urgências acontecem).
Separe para os dias de dinâmicas todo tipo de material que acretita ser necessário, como quadro branco, canetas, papel (A4 ou A3), durex, tesoura, régua, canetinha e muito post-it’s (muitos mesmo rs).
Se for possível, forneça um lanche para manter a energia, mas nada muito pesado. Deixe sempre disponível água e café, e se o lanche a verba não foi disponibilizada, separe uma bolachinhas que ja ajuda o time.
Prepare uma apresentação contendo os passos de cada dia, lembretes importantes e exemplos. É importante não deixar os participantes saberem qual a agenda do dia, o que vão fazer, o objetivo de estarem ali. Assim vão se sentir mais seguro, sem surpresas e mais abertos as atividades.
Vamos para a prática! ↩
Dia 1 — Entender e Definir ↩
- Introdução
Neste momento apresente o time, crie alguma atividade para quebrar o gelo, afinal, pode ser que tenham pessoas que estejam trabalhando juntas pela primeira vez. Aproveite este momento também para aprensentar a agenda do dia. - ObjetivosDefina os objetivos a longo prazo e quais questões devemos explorar durando Design Sprint.
- Pergunte aos Experts
Traga experts sobre o assunto proposto, podem ser os próprios participantes do sprint. Faça uma entrevista não somente investigando quais são os problemas, mas tente descobrir a raiz dos problemas mencionados. - CP
Peça para todos criarem perguntas iniciando com “como podemos…” durante as conversas com especilistas, uma questão em cada post-it. Ao final, agrupe por afinidade e use o dot vote para escolher qual será a pergunta algo que deverá ser explorada durante o DS.
Dia 2 — Divergir ↩
- Demos inspiradores
Não precisamos começar tudo do 0. Peça para o time trazer ideias e peça para cada um começar a criar alguns esboços simples para a solução. Cole na parede separadamente todas as ideias propostas. - Notas
Agora os partipantes devem observar os esboços de forma silenciosa e fazerem anotações em um papel. Após todos terem verificado todos os esboços, discutam um pouco sobre as ideias. - Crazy 8s
8 ideias em 8 minutos. Parece loucura mas ajuda a destravar e criar ideias sem pensar muito, deixar realmente fluir. Divida um papel em 8 partes e cada participante tem 1 minuto por parte para colocar uma ideia. Não pode repetir ideias e não precisa somente desenhar, pode escrever também. O objetivo não é ja ter telas e sim mapear novas ideias e tentar “sair da caixa”. - Solução
Peça para cada participante olhar as ideias geradas por ele para criar agora uma solução completa de forma anônima. A solução tem que estar clara e deve conter um título. Textos explicativos podem ser colocados. No final, coloque todas as ideias coladas na parede.
Dia 3 — Decidir ↩
- Votação
Começamos o dia com votação. De post-its e bolinhas auto-colantes para cada participante e peça para observarem as soluções do dia anterior. Peça para colocar a “bolinha” do lado das funcionalidades que mais gostar (não precisa ser na solução completa, pode ser apenas em uma parte) e peça para usarem o post-it para deixar alguma observação. Faça tudo de modo silencioso, cada um avalia de forma individual. - Elegendo os vencedores
Separe as soluções mais votadas (as que tiverem mais bolinhas) e apresente para o grupo. Tire as dúvidas se necessário. - Storyboard
Com as soluções mais votadas, peça para o grupo criar um storyboard da jornada completa do produto. Nesta fase vamos conseguir encontrar alguns pontos que foram esquecidos e tirar as últimas dúvidas sobre o projeto.
Dia 4 — Prototipar ↩
Este dia é dedicado a criar o prototipo usando como base o Storyboard do dia anterior. A dica aqui é focar! Foque no que foi desenhado, não é hora de inventar mais funcionalides ou rediscuti-las. Foque na ferramente que irá usar. Não é hora de aprender a usar uma nova ferramenta, use o que você conhece, se for o power point, que seja no power point. Aqui o objetivo é simular o produto para validar a ideia no dia seguinte.
Quem não estiver fazendo o protótipo, pode se dedicar em agendar com os usuários para os testes no dia seguinte.
Dia 5 — Validar ↩
Este dia é dedicado aos testes com usuários. Inicie o dia preparando o local. O indicado é realizar o teste com 5 pessoas.
Após os testes, crie uma matriz com os resultados. Anote em posr-its e procure os padrões, agrupe e sugira mudanças para cada grupo.
Chegamos ao fim do sprint….
Mas e ai? O que fazemos com tudo isso? ↩
Você agora ja tem uma solução desenhada, validade e ja mapeadas as possíveis melhorias…tudo em 5 dias.
Agora com estes insumos você pode decidir com os stakeholders se vale a pena invenstir e dar continuidade ao projeto ou simplesmente engavetar por não ter obtido sucesso nos testes.
E não se engane, engavetar um projeto não é que o Design Sprint foi feito errado ou que foi um fracasso, envagetar um projeto quer dizer que a empresa economizou dinheiro em uma solução que poderia ter só descoberto que não teria sucesso após o desenvolvimento.
Dúvidas? Sugestões? Gostam desse processo? Já teve a oportunidade de rodar uma Design Sprint? Deixa aqui embaixo seus comentários!
Bônus ↩
O Desing Sprint apresentado acima é o 1.0, o tradicional de 5 dias corridos. Hoje temos a versão 2.0 , sendorealizado em 4 dias, onde no dia 1 já saimos com os desenhos de solução para no dia 2 votar e desenhar o storyboard. Os dia 3 e 4 se mantém para prototipação e o último dia para testes.
A versão do Design Sprint 3.0 voltamos os 5 dias da versão 1.0, mas o dia 2 (desenho da solução) e o dia 4 (protótipo) é feito sem o time junto, cada um faz como “lição de casa” e traz para o próximo dia quando o grupo se reúne de novo.