Família

O que é família para você? 15 de Maio | Dia da Internacional da Família

Giulia Schild
em

O que é família para você?

Um relato do Squader João Hélio D’Ávila para celebrar o Dia da Família

No dia 15 de maio, celebramos o Dia da Família, uma data que nos convida a refletir sobre o verdadeiro significado desse laço tão essencial na vida de cada pessoa. Para marcar esse momento de forma especial, convidamos o Squader João Hélio D’Ávila para compartilhar sua vivência e visão sobre o que é, afinal, uma família. O resultado é um texto emocionante, sensível e potente que nos lembra que o amor é o maior elo entre as pessoas, independentemente das estruturas ou definições convencionais.

A seguir, o depoimento completo de João:

“Antes de compartilhar minha perspectiva sobre o que define uma família, é preciso estabelecer um contexto inicial.

O maior significado da vida, pra mim, é compreender e ser capaz de sentir amor. Mas não aquele amor convencional, do desejo, da posse — e sim o amor incondicional.

Meus pais sempre me ensinaram a ser uma pessoa justa, digna e amorosa, e sempre me incentivaram muito a estudar e fazer uma faculdade, pois diziam que a vida pode te arrancar tudo, menos o conhecimento!

Meu senso de inteligência me fazia concordar, mas, ao mesmo tempo, me questionava sobre as pessoas que não tinham essa oportunidade de estudar. O que seria importante para elas?

E, no fundo, eu sabia que o importante mesmo não era me tornar o mais inteligente, ou o mais bonito, ou o mais bem-sucedido. Havia um sentimento maior que acreditava que o bem mais valioso que alguém poderia ter era criar uma conexão verdadeira com algo ou com alguém.

E eu já me achava muito sortudo porque, no fundo, parecia já ter muito disso. Minha família sempre foi grande. Além dos meus pais, éramos quatro irmãos. Tínhamos animais de estimação, e eu criava afeto até com coisas inanimadas, como bichos de pelúcia, cobertores e travesseiros.

Quando eu me questionava sobre o que era o amor, eu sabia que esse sentimento estava bem preenchido. Podia até não saber a resposta em palavras, mas conseguia sentir cada conexão que existia dentro de mim.

Então, a fase da adolescência chegou, e pude presenciar o meu maior medo na vida: a hipótese da solidão. Na época, me aceitar como homem gay seria abdicar de ter uma família e de todos esses laços que eu tanto apreciava, mas que corriam riscos.

Sentia que o meu modo de ser e pensar já não parecia tão correto assim. Afinal, sexo sempre foi um tabu — ainda mais o homoafetivo. Essas questões eram sempre tratadas com muito desprezo e ignorância, sendo levadas de uma maneira negativa.

Isso me levou a desenvolver uma crise existencial, que durou anos. Foi um período difícil, cheio de dúvidas e conflitos internos, mas também de muita coragem. Com o tempo, e com o apoio de quem me ama de verdade, consegui aceitar quem sou e construir minha própria felicidade.

E percebi que o maior ensinamento que uma pessoa pode ter não é o conhecimento sobre tudo, e sim o verdadeiro significado de amor.

Até hoje venho aprendendo, a cada dia, um pouco mais sobre esse sentimento divino. Aprendo todos os dias com o meu marido, Antonio, e com nossos dois filhos incríveis, Laura e Daniel. Eles nos enchem de alegria e também nos deixam de cabelos em pé, mas nos mostram que o amor não tem cor, raça ou padrão social.

Para os meus filhos, família é um lugar cheio de amor, segurança e algumas broncas (rsrs). Eles dizem que família é um lugar onde se sentem livres para ser quem são, sem ao menos mencionar padrões sociais.

Acredito que família seja o conjunto dessas conexões que compreendo como amor.
E que essas conexões se constroem com um sentimento de pertencimento, de cuidado e parceria, já que, juntos, sinto que podemos enfrentar qualquer coisa.

E, para mim, essa é a maior beleza de tudo: saber que, independentemente de como a sociedade define “normal”, o que importa mesmo é o amor que sentimos e compartilhamos.

Aproveito aqui para agradecer aos meus pais e irmão: vocês foram a minha primeira referência com o sentimento de amor.”

[ParaTodosVerem: Em um cenário ao ar livre, durante o pôr do sol, dois homens e duas crianças sorriem e caminham lado a lado em um gramado verde, com um lago ao fundo. O Squader João, carrega o seu filho Daniel nos ombros, enquanto o seu marido Antonio segura nos braços a Laura. Todos estão vestindo roupas leves e claras. A cena transmite afeto, união e alegria, representando uma família diversa, amorosa e cheia de conexão.]

Obrigado, João, por dividir sua história com tanto carinho e verdade.

Histórias como essa nos lembram que, na SQUADRA, acreditamos em um ambiente onde cada conexão importa! E onde o amor, em todas as suas formas, é sempre celebrado.

Feliz Dia da Família!


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